QUINTA 15 NOVEMBRO - 21H30
CCVF
Dave Douglas UPLIFT
Jon Irabagon, Mary Halvorson, Rafiq Bhatia, Bill Laswell & Ches Smith

Dave Douglas, trompete
Jon Irabagon, saxofone tenor e soprano
Rafiq Bhatia, guitarra
Mary Halvorson, guitarra
Bill Laswell, baixo elétrico
Ches Smith, bateria

15,00 eur / 12,50 eur c/d

ASSINATURA 3 CONCERTOS (à escolha)
35,00 EUR
ASSINATURA 6 CONCERTOS (à escolha)
65,00 EUR
ASSINATURA DO FESTIVAL (acesso a todos os concertos)
80,00 EUR
2018.11.14 Dave Douglas

Uplift é a mais recente formação de um dos músicos mais importantes da cena jazzística nova-iorquina das últimas décadas, o trompetista e compositor Dave Douglas, que aqui se faz acompanhar por um extraordinário ensemble de instrumentistas no qual se inclui, entre outros, o baixista Bill Laswell, a guitarrista Mary Halvorson e o saxofonista Joe Lovano. De acordo com as palavras do próprio Dave Douglas, este projeto apresenta um cariz marcadamente político, no qual sobressai uma perspetiva crítica dos tempos atuais e a afirmação contundente de um conjunto de valores éticos e artísticos considerados necessários à preservação de um grau mínimo de esperança dentro de uma conjuntura, caraterizada pelo mercantilismo e pela intolerância, abertamente hostil aos atos de criação livre.

Dave Douglas (n. 1963, EUA) é um músico altamente prolífico e inventivo com uma sólida carreira durante a qual gravou mais de quarenta álbuns enquanto líder e colaborou com alguns dos nomes maiores da música, tais como Don Byron, Uri Caine, Joe Lovano ou Tom Waits, entre outros, e da arte contemporânea, como a coreógrafa de dança Trisha Brown e o cineasta Bill Morrison. O percurso artístico de Douglas foi decisivamente marcado pelo seu trabalho no contexto da banda Masada, liderada por John Zorn, cuja proposta musical se baseava numa inovadora fusão entre música judaica e free jazz. Desde então, Douglas tem mantido uma intensa atividade como compositor e líder de formação, iniciada em 1993 com o álbum Parallel Worlds, desenvolvendo uma heterodoxa identidade artística que cruza influências da música clássica e das expressões musicais de geografias não-ocidentais com o jazz, ao mesmo tempo que integra nas suas composições elementos da literatura, da dança contemporânea e da música eletrónica. Após três décadas de atividade, Douglas permanece tão profícuo e inquieto como sempre, sendo disso prova as colaborações que mantém com alguns dos nomes mais destacados da nova geração do jazz, como Vijay Iyer, Linda Oh ou Mark Guiliana, e o trabalho em formações como o quinteto Soundprints, em parceria o saxofonista Joe Lovano, projeto que o público do Guimarães Jazz teve a oportunidade de ver atuar ao vivo no ano de 2012.

A sonoridade do grupo Uplift é baseada na interseção do jazz com o rock e as tendências mais recentes do experimentalismo musical. Nesta formação pontifica o influente baixista e produtor Bill Laswell, um músico com um percurso artístico singular e desdobrado por inúmeros territórios de expressão musical (jazz, dub, funk e world music), que, além da intensa atividade que mantém em nome próprio e das colaborações com outros músicos, participou em projetos seminais da música dos últimos trinta anos, tais como as bandas de jazz avant-garde Golden Palominos, Painkiller, de John Zorn e Massacre, ao lado de Fred Frith e Charles Hayward. Atualmente considerado um dos nomes mais influentes da música contemporânea em sentido lato, Laswell atuará pela primeira vez no palco do Guimarães Jazz neste concerto dos Uplift, em que Lovano será substituído pelo saxofonista Jon Ibaragon, que alguns recordarão do memorável concerto dos Mostly Other People Do The Killing na edição de 2017 do festival.

Considerando o nível altíssimo dos músicos que acompanham o trompetista Dave Douglas neste seu novo grupo, o espírito de insubmissão e manifesto que está na génese do projeto, assumido pelo seu próprio líder e patente no próprio título do seu álbum – Twelve Pieces for Positive Action –, e perante uma convulsiva realidade política e social que está a produzir efeitos nefastos em várias esferas da vida coletiva e individual, é legítimo esperar deste grupo uma música inconformada e à procura de novas ideias criativas. Uplift é a forma de Dave Douglas nos recordar que o dever da arte é escolher ter esperança, e que é essa única mensagem possível de qualquer proposta artística que se suponha inovadora.

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