SÁBADO 11 NOVEMBRO, 21H30

CCVF

Michael Formanek Septet “New Digs”

Michael Formanek contrabaixo

Alexander Hawkins orgão

Chet Doxas saxofone tenor e clarinete

John O’Gallagher saxofone alto

Mary Halvorson guitarra

Tomas Fujiwara bateria

João Almeida trompete

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Fotografia © C. Marx_Photomusix

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2023.11.11 GJ Michael Formanek Septet “New Digs”

O encerramento do dia em que, nesta edição do festival, olhamos com maior proximidade para as correntes de experimentação paralelas ao fenómeno jazzístico será protagonizado pelo septeto “New Digs”, liderado pelo conceituado contrabaixista, compositor, improvisador e pedagogo norte-americano Michael Formanek, um projeto, é importante realçar, criado especificamente para o Guimarães Jazz.

Apesar de originário de São Francisco, Califórnia, o nome de Michael Formanek é habitualmente associado à cena jazzística de tendência avant-garde nova-iorquina, da qual é considerado um representante nuclear das últimas cinco décadas. O seu trajeto na música é, à falta de melhor qualificativo, notável: inaugurou-se nos anos 1970, ao lado de músicos lendários como Tony Williams, Joe Henderson, Stan Getz ou Fred Hersch, e prosseguiu pelas décadas seguintes ramificado por inúmeros ensembles como líder ou em colaboração com alguns dos nomes mais influentes do jazz contemporâneo. Entre a miríade de formações em que Formanek se envolveu ao longo dos anos podemos destacar o explosivo quarteto Bloodcount (liderado por Tim Berne e complementado pelo baterista Jim Black e pelo saxofonista Chris Speed, dois músicos extraordinariamente prestigiados do circuito jazzístico mundial) e o ensemble de dezoito músicos Kolossus, formado por um conjunto de improvisadores nova-iorquinos e colaboradores habituais de Formanek e com o qual o contrabaixista gravou para a editora ECM. Entre a sua obra autoral é incontornável mencionar o septeto que fundou nos anos 1990 ao lado de, entre outros, Dave Douglas, Frank Lacy e o já mencionado Tim Berne, e o seu álbum de estreia como líder, o extraordinário e altamente inventivo “Wide Open Spaces”, uma gravação de 1990 protagonizada por uma formação idiossincrática e superlativa que incluía o violinista Mark Feldman e o baterista Jeff Hirsfield.

Se considerarmos a atividade mais recente de Michael Formanek talvez um dos seus projetos mais relevantes seja o trio Thumbscrew que o contrabaixista mantém com a guitarrista Mary Halvorson (eventualmente um dos nomes em maior ascensão no circuito global do jazz de tendência exploratória) e o baterista Tomas Fujiwara, um músico altamente criativo e igualmente influente nestes territórios musicais, hoje em nítida proeminência, caraterizados pelo hibridismo estético. Ambos se incluem neste septeto que fará a sua estreia no Guimarães Jazz, cujo line-up é completado pelo pianista britânico Alexander Hawkins, pelos saxofonistas norte-americanos Chet Doxas (que atuará também nesta edição do festival integrado na banda Landline Plus One) e John O’Gallagher e, finalmente, pelo trompetista norueguês Kasper Weye Tranberg. Trata-se, portanto, de um grupo eclético de instrumentistas oriundos dos dois lados do Atlântico e altamente inventivos do ponto de vista idiomático, os quais têm em comum a relação de cumplicidade criativa com Michael Formanek e uma propensão para a experimentação musical. O facto de esta formação ter sido criada especificamente para o festival engrandece este evento e consolida também a relação do Guimarães Jazz com os músicos que marcam a cena jazzística do presente, sendo de assinalar que Mary Halvorson, Tomas Fujiwara e Alexander Hawkins são nomes conhecidos deste palco, onde atuaram anteriormente, no caso de Fujiwara e de Hawkins integrados no quinteto liderados por Taylor Ho Bynum (2015) e Halvorson em 2018, enquanto membro do projeto “Uplift” de Dave Douglas.

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